Frankie Wilde, a história de uma lenda

Frankie Wilde o DJ surdo de Ibiza, ou não!? Segundo o polémico e intrigante filme “It's All Gone Pete Tong”, o artista foi um dos mais importantes DJs a passar pelos agitados clubes de Ibiza. Considerado o Beethoven da música electrónica, pela sua genialidade e talvez por ter desenvolvido a mesma deficiência física, Frankie alcançou o sucesso nos anos 90 através da house music. Durante 10 anos, o DJ conseguiu manter-se como o grande nome de Ibiza, levando multidões para as suas aclamadas apresentações.
A sua personalidade excêntrica era facilmente percebida nas suas apresentações. As suas entradas glamurosas e o seu estilo poser reinavam na mais famosa cidade electrónica do mundo. É lógico que por de trás de uma estrela, a loucura de uma vida regada de drogas e sexo não podia faltar. Durante o filme é difícil não encontrar uma cena em que ele não esteja a segurar um copo de whiskey e a snifar coca. Aliás não podemos deixar de comentar o seu amigo imaginário um urso vestido de fada que aparecia sempre nos seus momentos de abstinência. Mas com o volume ensurdecedor com que convivia todos os dias e em conjunto com o excessivo consumo de drogas fez com que este perdesse a audição por completo. Juntamente com a audição foi-se o sucesso, os fãs, o glamour, as mulheres e inclusive a vontade de viver.
Sem poder dar continuidade à sua paixão pela música, ele entregou-se por completo às drogas. Após esta depressão Frankie tentou erguer-se novamente e procurou ajuda numa clínica de surdos. Aqui conheceu uma mulher que lhe ensinou a linguagem labial e mais do que isso mudou a sua história. Através dela conseguiu dar um novo sentido à vida e percebeu que ainda podia alimentar a sua paixão pela música. Sentindo a música pela vibração dos pés e pelo espectro do som, o génio conseguiu produzir músicas de altíssimo nível. Não satisfeito regressou de uma forma apoteótica, digna de um herói, com uma apresentação em Ibiza inesquecível. Mas onde é que está este fenómeno da música electrónica? Pois é aí é que fica a dúvida sobre a sua real existência. Segundo o filme e os principais comentadores, Frankie Wilde teria desaparecido depois desta apresentação final, mas o mais intrigante é a falta de fontes que informem sobre a sua história.
O que parece é que estamos perante um misto de “biopic” e um “mockumentary” onde os factos reais se misturam com a paródia e sátira de elementos forjados. Como já dizia Tony Wilson da Factory Records “entre a verdade e o mito, escolha-se o mito” que traz sempre um pouco mais de brilho à vida.